Ausente. Adjetivo e substantivo de dois gêneros. Aquele que ou quem se afastou temporariamente do lugar em que habita, que frequenta. Quem deixou de comparecer a evento, compromisso etc.
Um estado impermanente. Mutável. A qualquer momento, pode voltar. E é ali a morada da esperança. Ela habita na pequena janela de possibilidade.
Morte. Substantivo feminino. Interrupção definitiva da vida de um organismo. Fim da vida.
Estado permanente e imutável. Tudo é vítima do tempo, que nos muda, nos envelhece. Nos deixa mais amargos, mas também mais pacientes. Menos a morte. Nada é capaz de tocá-la. Como a feição de alguém do outro lado do espelho. Tão perto, mas eternamente distante.
Ali, a esperança já não tem mais morada. Ela ainda existe, mas não tem pra onde ir. Não existe janela ou espaço para ela. Ela toma como morada o nosso peito, mas não fomos feitos para isso. Ou fomos? Dói, parece que nossa pele vai rachar e vamos nos desfazer.
Mas não é a morte, e portanto é mutável. E assim como envelhecemos, as folhas caem, a dor ameniza e a esperança descansa.